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Biografia

Déo Miranda

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Foto: Claudia Oseki

Wendell da Silva Miranda nasceu no dia 01 de outubro de 1974, na cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, em uma família miscigenada, com o pai branco, de família de descendentes holandeses, e mãe negra de descendência africana. Cresceu entre os bairros Santos Dumont e Santo Antônio, neste ultimo, especialmente, observava os sincretismos e as expressões culturais, muito presentes naquela região: procissões, teatro de rua, cantigas, declamadores populares e quadrilhas juninas, se tornando ainda na infância um dançante e futuramente um 'marcador' da quadrilha Alecrim Dourado, formada com alunos do Educandário Frei Anselmo, sua mais influente escola, neste espaço teve a oportunidade de desenvolver, ainda que de forma inconsciente, o interesse pela arte de uma forma geral, pois todas as suas atividades além sala de aula levavam para atividades com temas culturais: canto, dança, manuseio de instrumentos diversos, tradições populares e todos os elementos que a o bairro e a região em si oferecia, desde os vendedores de rua que usavam sons e versos para chamar a atenção dos seus clientes, até os artistas populares e de carreira que circulavam por ali. Esse conjunto de influências ficou guardado em algum lugar de memória, enquanto sua vida começa a sofrer as mudanças naturais que o tempo impõe, trazendo novas informações, novos ares e novos amigos. Aos 14 anos, quando ganhou o seu primeiro violão, começou a ter os primeiros contatos com um movimento urbano que mudaria a sua vida definitivamente. O punk. 

Por influência de alguns amigos do bairro e da escola, começou a ter acesso a discos e fitas K7 de bandas de hard core e punk rock como Fogo Cruzado, Tropa Suicida, Olho Seco, Ramones e a banda Karne Krua a mais influente de sua cidade e da qual se tornaria integrante. Mas foi o contato com os fanzines que sua visão de mundo começaria a tomar uma direção, onde o teor da escrita passaria a ter um papel importante e definitivo na forma como começaria futuramente a compor e criar suas canções, resgatando da memória afetiva as antigas influencias dos elementos tradicionais com a atitude e as sonoridades urbanas, entrelaçando métricas musicais, versos rimados, temas políticos e sociais, viola com guitarra, berro e cordel, blues e repente. 

 

CRONOLOGIA 

Em 1989, com 15 anos, entra como baixista para a banda punk Cleptomania, no mesmo ano gravam uma participação no Programa Legal, com Regina Casé, fazendo uma versão punk rock de Asa Branca., gravada em estúdio e depois em vídeo clipe, sendo o seu primeiro registro como músico e artista. Dois anos depois entra para a banda Sublevação, já como guitarrista, ficando até 1994, quando é convidado a assumir o contrabaixo da banda Karne Krua. Paralelo a isso, mantinha um grupo de blues regional chamado WRS. 

Em 1996 grava com a banda Karne Krua a demo "Instantes Irreversíveis", introduzindo a influência das sonoridades regionais nordestinas a proposta hard core que sempre foi a marca do grupo.

 

Dois anos depois, em 1998, assumiu as guitarras e gravou o disco "Máscaras para o Caos", incluindo uma versão de Jardim das Acácias, do cantor Zé Ramalho. O disco foi gravado ao vivo na garagem de sua casa, pelo saudoso amigo Cristian Xavier, morto em 2018.

 

Em 2001 lançam o CD "Karne Krua em Carne Viva", iniciando também sua atuação como produtor. O disco seria, até então o mais bem sucedido do grupo, rendendo matérias da crítica especializada em vários Estados. Nessa mesma época é convidado a integrar um grupo de "cantoria", uma de suas paixões e grande influência. Cantadores dos Quatro Cantos era uma alusão ao celebre encontro entre Geraldo Azevedo, Xangai, Vital Farias e Elomar Figueira Melo, com este trabalho, voltado ao violão, passou e se interessar ainda mais por criar suas próprias canções e iniciou uma série de apresentações, o que provocaria a necessidade de uma mudança e a vontade de iniciar novos ares musicais, tornando inevitável o seu desligamento definitivo da banda. Daí por diante se envolve em vários projetos, além do quarteto já citado, entre eles os grupos Batequejé e Cavalo do Cão, trabalhos fundamentais, que inspiraram na criação de algumas de suas principais canções, e é com esta bagagem que começa e transitar em outras rodas fora de seu eixo de atuação, passando por festivais e casas de Londrina e de Mogi das Cruzes, onde futuramente fixaria residência.  

Até o ano de 2006 se dedicou a compor e criar projetos culturais, realizando diversas iniciativas, até que uma dívida não paga, por um serviço de formatação de projeto cultural, feito para um estúdio de gravação foi revertido em horas de gravação, mais precisamente 5hs, tempo suficiente para gravar, mixar a masterizar 8 canções, usando apenas um violão com cordas de nylon, ligado a um pedal de efeitos para guitarra, uma viola caipira, instrumento que nunca havia tocado antes, alguns elementos de percussão e as atuações dos amigos músicos Memeu Cabral, que já residia em São Paulo e estava em Aracaju naquele momento, e Kleber Melo, parceiros em algumas canções do CD. Assim nasceu "Batuque é Batuque Mesmo ", seu primeiro trabalho solo e autoral, um disco totalmente artesanal, com apenas 80 cópias reproduzidas, montado a mão ao modo do "faça você mesmo". 

No mesmo ano decide mudar para o Estado de São Paulo, mas dois dias antes da viagem, uma amiga chamada Suely Amâncio, ganha um exemplar do disco e decide ligar para um amigo em São Paulo para falar deste trabalho. O amigo em questão era o produtor da TV Cultura Fernando Faro, que solicitou que o procurasse assim que estivesse na cidade, o que foi atendido prontamente. Após o encontro com o ilustre conterrâneo, vem o convite para gravar uma entrevista e apresentar algumas canções ao vivo para rodar na reestreia do Programa Móbile, mas a produção decidiu gravar um programa especial para a ocasião, e a sua participação apareceria na segunda edição, em julho daquele ano, junto com Hermeto Pascoal, Renato Consorte, entre outros.

A ano de 2007 foi de adaptação e busca de um melhor entendimento sobre todo o gigantismo e mitos que carregava sobre São Paulo. Nesse período fazia o circuito entre Boituva, Sorocaba, Mogi das Cruzes e São Paulo, tocando em bares e buscando alternativas de trabalho com projetos culturais. Em São Paulo conheceu Robson Moreira, de quem se tornaria parceiro em duas canções, uma delas acabou sendo selecionada para um festival que acontecia no bairro de Bixiga, a música tinha o curioso nome "Amôcundô", mas sua interpretação casou estranhesa, ganhando apenas um pouco mais de experiencia nesse início de trajeto.   

      

  

  

Ex integrante do coletivo "Cantadores dos Quatro Cantos" e WRS, que fazia um blues nordestino, e ainda das bandas de hard core Cleptomania, Sublevação e Karne Krua, com quem gravou 03 discos, mantém também um trabalho de raiz no coletivo Cantoria de Todos os Cantos em parceria com Fernando Guimarães, Amauri Falabella e Hudson Lacerda.  

o seu primeiro registro como músico e artista

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